TENHO DEDO PODRE


TENHO DEDO PODRE

Estamos sempre à procura do parceiro(a) ideal. Procuramos alguém que idealizamos em sonhos e, muitas vezes, desde criança. Começamos, como sempre, pela fisionomia, pois, esta nos traz uma atração maior, ou não necessariamente,  porém, estarmos com alguém que fisicamente nos é agradável, nos conduz para aprofundarmos conhecimentos com mais prazer.

partindo do princípio que buscamos nossos sonhos, se nos agradamos, inicialmente, pelo físico, já estamos, inconscientemente, nos convencendo de que acertamos na escolha. Isto não é regra, é claro, mas, é o favorecimento para o dedo apontar para o errado. Este errado não significa que a pessoa escolhida não fará ninguém feliz, pelo contrário, você é que está imaginando tua felicidade através de um sonho pré-estabelecido. 

Seguindo em frente com esta agradável companhia, começamos a enxergar coisas existentes em nossos mapas emocionais, ou seja, começamos a enfeitar o pavão. Lá está aquela segurada de mão para não cair, já sendo considerada uma atitude de um herói, ou, para os homens, apenas uma latinha de cerveja entregue em suas mãos, e lá está a mulher dos seus sonhos.

Sem perceber, vamos colocando qualidades e esta relação vai se aprofundando. Criamos um véu que encobre todos os defeitos, ou incompatibilidades. Não tomamos conta do quanto estamos usando de nossas próprias aspirações emocionais, neste ser que ainda não deixamos se mostrar por completo.

Quando permitimos que nossas emoções já estejam para lá de avançadas, apaixonados, nos entregamos de forma que, quaisquer que forem as diferenças, ofensas, desrespeitos ou simples descaso, nos acharemos CULPADOS!

A culpa vem pela autoproteção dos nossos sentimentos. Se somos culpados, não há pelo que sair da relação, afinal, SOMOS CULPADOS.  Esta é a área mais perigosa do dedo podre.  É o nível em que vamos engolindo as mágoas. Vamos prolongando a relação e dando tempo ao caos. Vamos nos permitindo sofrer, elogiando a companhia que, raramente solta elogios, ignorando que a reciprocidade é o maior aliado da paixão. Isso porque não há paixão. 

Nesta fase, a depressão pode entrar de forma devastadora, a submissão causará o afogamento do próprio eu e podemos sair muito machucados(as), dando graças que saimos, se sairmos. 

Para evitar o tal "dedo podre", o melhor é sempre nos perguntarmos: Isso é normal? Não estou facilitando demais? Estou tendo o mesmo que exigem de mim? Estou feliz ou estou me convencendo da felicidade? Nunca deixarmos que as cobranças vão dominando. Somos tão carentes, tão fracos perante o amor, e nada de dizer que comigo isso não acontece etc. 

O que precisamos manter firme é o nosso amor próprio. Não podemos permitir que o desejo pela situação amorosa sufoque a realidade. Saber dizer NÃO, faz parte do crescimento pessoal. O resto é ser feliz e partir para outra.

Carmen Lu Miranda

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